A campanha tenta sensibilizar empresários e líderes
políticos a criarem leis que determinem que trabalhadores sejam
obrigatoriamente liberados por seus empregadores de sua labuta aos domingos
para que se dediquem à família e a religião. Nos Estados Unidos uma campanha
está sendo programada para setembro deste ano, o slogan é “National Back to
church on Sunday!” (Campanha Nacional de volta a igreja aos domingos!)
corroborando com a carta do papa João Paulo II - Dies Domini, que conclama
todos os cristãos à “santificação” do domingo como dia da família e da religião
cristã.
Entrarei,
sim, no mérito da questão, mas não agora, e não neste artigo, quero apenas
salientar os métodos sutis com os quais a igreja romana sempre impõe seus
dogmas, o uso da força política e de coerção social para que os dissidentes e
discordantes de suas doutrinas sejam vistos como criminosos, hereges, ou
ameaças ao bem-estar da sociedade. Foi assim no passado e assim será. Não há
nada novo debaixo do Sol.
Como não é de se admirar, os
poderes políticos e religiosos vez ou outra se unem para impor os interesses de
Roma ao mundo. Nossa constituição é mais uma evidência disto. No artigo 7º,
inciso XV, lemos: “repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos”
(grifo meu). Ora, em um estado laico
não se pode privilegiar um grupo em detrimento de outros, desta forma, como
ficam Judeus, Adventistas, Mulçumanos e outras ramificações religiosas que
observam dias de guarda diferentes dos Católicos? O sábado e a sexta-feira
também são observados religiosamente por fiéis ao redor do mundo, e no Brasil,
estes estão, ou deveriam estar amparados na mesma Constituição Federal que diz
em seu artigo 5º, incisos VI, ser “inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
e inciso VIII, onde reza que “ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”(grifo
meu); Parece contraditório, não? Nossa Constituição foi batizada no
catolicismo!
Embora todas as justificativas para se ter um dia de descanso sejam
plausíveis e estejam de comum acordo com diferentes confissões religiosas,
nenhum poder jamais deverá interferir na liberdade de crença e de consciência
dos seres humanos, este é um direito inalienável, intransferível, e deve ser
protegido por nossos juristas, legisladores e governantes.
Por tanto, campanhas religiosas e sindicais para imposição de leis
(dogmas), de caráter religioso ou filosófico, sobre cidadãos livres é um crime
contra a liberdade de consciência e deve ser tratado com tal, do contrário,
veremos as fogueiras da inquisição serem acesas novamente e suas guilhotinas e
outras máquinas cruéis de tortura reativadas sob os mesmos motivos que um dia as
trouxeram a existência – trucidar os que discordam de Roma!
Se
querem estabelecer que se cumpra o direito do repouso semanal que o façam
respeitando um outro direito constitucional e inviolável, o de
liberdade de consciência e de crença, dando a cada cidadão o direito de
repousar no dia que sua crença lhe determina. Fazei aqueles sem omitir estes!
"O Meu povo perece por falta de conhecimento." Oséias 4:6
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou." Êxodo 20:8-11
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Ao longo da história o dogmatismo, e o fanatismo religioso causaram marcas dolorosas na humanidade. Torturas, perseguições e toda sorte de malvadezas realizadas em nome da religião e porque não, em nome de Deus, embora Deus não seja nem autor, nem idealizador de nenhuma destas atrocidades que o homem ímpio realizou. Tais ações levaram o cristianismo a extremos que Jesus jamais planejou para seu povo. O uso da força para coagir pessoas a irem contra suas consciências e seguirem um caminho que elas não desejariam trilhar, e mais ainda, ameaçá-las de prisão, fisco dos bens e dos direitos constitucionais aceitando imposições religiosas sejam elas de quaisquer ordens. Cristo apelava à razão humana com amor e esperava que seus filhos o seguissem pelo mesmo motivo. Jesus Cristo jamais usou de autoritarismo, força, pressão política ou social, para coagir a raça humana a segui-lo ou reconhecê-lo como Messias, jamais! Porém por séculos, e a história sempre se repete, temos visto líderes religiosos usando o nome do cristianismo ou da religião, para impor por métodos assassínios, cruéis e malévolos seus dogmas. E vez ou outra a história está a repetir-se. Recentemente tem havido em toda a Europa, e está se expandindo para o mundo, um movimento em prol do DOMINGO como dia institucionalizado de repouso para todos. Um movimento organizado por órgãos sindicais e líderes católicos com o fim de estabelecer por meio de leis um dos dogmas mais emblemáticos da igreja de Roma - o Dies Domini. Diversas empresas tem aderido ao movimento graças a uma maciça campanha publicitária e iniciativas de grupos sociais.
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