Entrevista ao sargento Caio Cezar.

Sexta-feira estive em Mossoró e entre meus afazeres nesta cidade estava uma entrevista agendada com o Sarg. Caio Cezar Alves. Em sua residência, o sargento agradeceu a “parte” boa da sociedade grossense, falou de sua possível volta a trabalhar em Grossos e comentou o motivo de sua transferência.

Blog: Boa tarde Sargento, como você está vendo esse interesse de representantes da sociedade de Grossos pela sua volta e da sua equipe?

Sargento: Boa tarde Ronaldo. Antes de tudo queria agradecer aos populares, comerciantes, secretários, políticos e demais membros da sociedade de Grossos que solicitaram essa audiência e que reivindicam minha volta e a volta de minha equipe, equipe esta a quem sou muito grato pelo trabalho que prestamos em Grossos, pois sem eles nada eu teria feito. Eu queria também Ronaldo, aproveitar o espaço e agradecer aos vereadores, aos comerciantes, empresários, ao Sr. prefeito municipal, e às demais autoridades com quem interagi e trabalhei nesses quase 6 anos que passei à frente do Destacamento da PM dessa cidade.

Queria dizer que sem vocês e sem a parcela boa da sociedade, a parcela que quer o bem de Grossos, nós não teríamos logrado êxito, portanto, agradeço a todos por tudo que fizeram por mim e por minha equipe ao longo desses anos, principalmente ao Sr. prefeito Veronilde Caetano, pois, sem pedir nada em troca e sem interferir no nosso trabalho, sempre nos deu total apoio logístico e moral para desempenharmos nosso trabalho e nossa árdua função de defender a sociedade dessa cidade, fato que é do conhecimento público e do conhecimento de todos os policiais que comigo trabalharam ao longo desses anos. 

Sobre meu retorno para Grossos,  . . .

eu queria dizer que só depende do meu Comandante, pois fui afastado sem nem ser informado o motivo e, portanto, o mesmo Comandante pode determinar o meu retorno. Sou funcionário público e obedeço ordens, inclusive, sem questioná-las, pois, ao longo dos anos que tenho de polícia nunca descumpri nenhuma ordem que me foi repassada por parte das autoridades, seja ela quem for, juiz, promotor, comandantes militares etc... 

Blog: Quanto a ocorrência da agressão física ao adolescente que muito foi falado e que imagina-se ter sido o motivo de sua transferência ou saída de Grossos, o que ocorreu de fato e quem você presume que o indicou para sua saída?

Sargento: Quanto a esta ocorrência que tanto falam que houve no carnaval envolvendo esse jovem (não sei se é adolescente), pouco posso falar, pois nada foi registrado nem denunciado a esse respeito. 

Simplesmente fui procurado por um político local que me apresentou esse jovem alegando um suposto espancamento, o qual teria sido praticado por policiais sob meu comando durante o carnaval desse ano, ocasião em que conversei com esse jovem, ouvir sua versão e perguntei ao mesmo e ao político que o acompanhava se queriam que fosse registrado um B.O, ou que fosse instaurado qualquer outro procedimento para apurar o ocorrido, e ambos disseram que não queriam e que queriam apenas que fosse esclarecido que o rapaz não era marginal, fato que foi devidamente esclarecido, já que os policiais que participaram da ocorrência reconheceram que o jovem foi envolvido por engano na ocorrência, ou seja, infelizmente, o rapaz estava no local errado na hora errada, porém, como você mesmo falou Ronaldo, em uma das suas matérias, um erro não justifica outro. 

Porque é que ninguém (digo os que nos tiraram de Grossos) viu que trabalhamos os 4 dias de carnaval durante todas as noites com pouquíssimos policiais, sem dormir, sem repousarmos e que nada de mais grave ocorreu em Grossos, a não ser pequenas ocorrências evolvendo marginais de outras cidades, aonde em outros locais houve mortes, acidentes etc., e existiam quantidades bem maiores de policiais trabalhando?

Porque não elogiaram nosso trabalho, mesmo que fosse só uma vez, e pediram providências do comando para nos enviar apoio, já que nenhum efetivo foi enviado, e os que foram trabalhar em Grossos é porque a prefeitura pagou uma certa gratificação a cada um deles? 

Porque nada disso foi observado e só observaram que um jovem alegou que foi espancado? Será que já não existia essa intenção de me afastar de Grossos e de afastar os policiais de minha equipe, principalmente, o policial CHARLEJANDRO, a quem devo muito por tudo que fez por mim ao longo desses anos, o qual é tido como um dos policiais mais eficientes do nosso Estado, pois é Bacharel em direito, formado em outras áreas etc. 

É bom que se frise que eu não espanquei nem bati nesse jovem, e que se eu tivesse feito isso existem órgãos e autoridades para apurar o fato e me punirem se for o caso, mas, nada disso foi feito, e me afastaram e afastaram alguns policiais de minha equipe usando de tal argumento, fato totalmente contrário ao estado democrático de direito em que vivemos, já que toda acusação deve ser devidamente apurada, e todos têm o legítimo direito de se defenderem de qualquer acusação que lhe seja atribuída, direito esse que não me foi concedido, já que fui "julgado" e punido sumariamente sem nenhuma chance de defesa. 

Portanto Ronaldo e sociedade de Grossos o correto seria que o caso fosse denunciado às autoridades e os policiais que realmente bateram no jovem (eu não bati) se defendessem da acusação e fossem julgados conforme determina a lei, e não da maneira que ocorreu, aonde se instalou uma verdadeira "caça" as bruxas na cidade de Grossos, como se estivéssemos vivendo na época da "santa" inquisição, aonde as pessoas eram condenadas e queimadas ainda vivas sem nenhuma chance de se defenderem.

Blog: Para que a sociedade de Grossos saiba sem intermediador, o nome do político que almejou sua saída?

Sargento: Não vou citar nomes, a sociedade de Grossos sabe.

Blog: Ok. Eu estou esclarecido, fique a vontade para encerrar.

Sargento: Quero mais uma vez agradecer aos senhores e senhoras, empresários, políticos, secretários, comerciantes, e demais autoridades de Grossos, agradeço por essa manifestação de apoio e confiança que estão me dando, falo por mim e pelos demais membros de minha equipe, aqueles que estiveram comigo do começo ao fim dessa empreitada. Um forte abraço a todos. ... CAIO CEZAR ALVES - 1º Sargento da PM/RN.