Ir ou não ir, eis a questão!

Na intenção de voltar à minha “Terrinha”, fui para a parada de taxi de Mossoró, lá tive uma surpresa, vários passageiros querendo retornar a Grossos, porém sem querer viajar no taxi da vez.

A principio não entendir, mas logo depois veio à explicação. O taxi da vez era do senhor Antonio Ferreira, mas conhecido como Babi.

Ora essa, aqui surge dois dilemas, 1°- se ninguém quer viajar com Babi, como ele pode juntar dinheiro para trocar seu carro em um novo? 2° - Se eu pago R$ 8,00 pela viajem e esse valor é cobrado por todos os taxistas, é obvio que eu vou escolher viajar em um veículo com maior conforto e segurança.

Bom, não sou eu que vou resolver esses dilemas, apenas . . .


estou colocando a par do Presidente e grande dirigente da ATG, o senhor Raimundo Ribeiro (Mundinho) à pedido dos próprios clientes que vez ou outra se confrontam com esses dilemas.

Porem aqui cabe uma pequena reflexão. Ora, a bem pouco tempo atrás, nenhum dos táxis de Grossos era provido de ar condicionado e muitos eram, digamos, bastante usados e mesmo assim, fazíamos nossas viagens de Grossos/Mossoró ou Mossoró/Grossos normalmente como hoje.  

Com as novas tecnologias (ar condicionado), quase todos os taxistas, cada um dentro de suas condições e oportunidades, foram melhorando e usando carros melhores (novos e com ar) e dentro dessa perspectiva evolucionária é lógico imaginar que os que ainda não conseguiram, tão logo apareça a oportunidade, com certeza devem se adaptar a essas mudanças. 

Hoje a frota de taxis da ATG é quase toda com veículos novos e com ar. Isto nos trás a Babi, que ainda não foi agraciado com a oportunidade de trocar seu veículo e vem sofrendo com as circunstâncias impostas pela própria sociedade grossense, ontem, por exemplo, chegou a Mossoró bem cedo e só retornou à tarde por não compor uma lotação,  porém é bom que se diga, Babi não está, em nenhuma hipótese, descumprindo uma ou outra lei, muito pelo contrário, está tentando, dentro das suas condições, fazer o que todos fizeram, trocar de veículo e poder dar um melhor conforto aos seus clientes.

 Ao negar-se viajar com Babi, nós simplesmente estamos tirando-lhe o direito do trabalho, do seu ganha pão e de oportunizar-lhe a troca de seu veículo.  Além do mais, se imaginarmos que uma mesma pessoa  não viaja para Mossoró todos os dias e levando em conta que há 50 taxis na nossa terrinha, ao fazer uma viagem para Mossoró essa mesma pessoa tem a probabilidade de 1 em 50 viajar com Babi.

Por fim, quando nos negamos a viajar com Babi pelo fato de seu veículo ser velho, estamos acima de tudo, negando-lhe o respeito, a  dignidade e desperdiçando uma ótima oportunidade de você dizer não ao preconceito.