redirecionamento

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Alvo de embargo econômico há mais de cinco décadas, Cuba convive com o ideal e o real

Havana - Nos últimos dois anos, Cuba é alvo de uma série de mudanças internas intensas. O governo do presidente Raúl Castro estimulou a demissão voluntária de 178 mil funcionários públicos, autorizou atividades privadas em mais de 170 profissões, permitiu a abertura de lojas e mercados, além da compra de computadores pessoais. Mas o mesmo bloqueio econômico que levou Castro à abertura é responsável pelos impedimentos para a execução dessas medidas.

O impasse entre o planejado e o resultado obtido está em todo o país. Nas praças e jardins, acumulam-se trabalhadores desocupados que tentam aproveitar as horas livres, conversando ou apenas deixando o olhar perdido. Não há dados oficiais sobre o percentual de desemprego, mas as pessoas se queixam da falta de oportunidades.

Muitos cubanos se oferecem aos turistas como guias informais e até companhias para, em troca, receber pagamentos. A história do médico intensivista Juan Pablo Luis é comum a muitos cubanos. Ele abandonou a profissão para ser taxista. Segundo o médico, a opção, “bastante dolorosa”, foi tomada depois que o filho, de 11 anos, nasceu e ele viu a situação ficar mais difícil. “Sonho todos os dias que estou trabalhando na minha profissão. Não gosto de falar sobre isso”, disse.



O diretor do Centro de Investigações da Faculdade Mundial e professor adjunto da Faculdade de Economia da Universidade de Havana, Osvaldo Martínez Martínez, defendeu que apenas o “fortalecimento regional” pode vencer a “pressão” exercida pelo embargo econômico sobre Cuba.  Mas segundo ele, os países desenvolvidos atuam para evitar esse fortalecimento. De acordo com professor, há um incentivo para a “desintegração regional”.

“Há um esquema de 'desintegração regional' que tende a vincular [de forma dependente] a América Latina aos Estados Unidos e à Ásia. Este tipo de vínculo me parece que tem mais de desintegrador do que de integrador”, afirmou Martínez. “O ideal seria a imprensa defender essa integração com elementos de solidariedade, de combate à pobreza e à desigualdade social. A integração é um grande tema para o futuro.”

A desintegração citada pelo professor pode ser vista nas ruas de Havana. Nos mercados e lojas, há poucos produtos à venda. Garrafas de água e papel higiênico são produtos raros, assim como a carne de boi e variedades de verduras e frutas. As batatas fritas, em lata, vêm da Malásia. A Coca-Cola é produzida no México. Em média, uma lata de refrigerante sai a Cu 1,5 (US$ 1,5) - a moeda oficial cubana para estrangeiros - e a de batatas fritas a Cu 3 (US$ 3). Faltam água e energia com frequência na capital cubana.
Caminhando por Havana é possível esbarrar em defensores da Revolução Cubana e também em críticos do sistema. O vice-presidente da União dos Jornalistas de Cuba (cuja sigla em espanhol é UP), Luis António Martín, é um dos que defendem o regime. Para ele, jornalismo e patriotismo andam juntos.

“Os desafios da gente são os mesmos do nosso país: como manter-se diante de tamanho bloqueio e também com ameaças e campanhas contrárias a Cuba”, disse Martín. Como ele pensa o jornalista Enrique Torres de la Torre, editor-chefe da Prensa Latina, única agência pública de notícias de Cuba. “Um jornalista em Cuba se pergunta: 'Será que isso vai afetar meu país? Porque sou, sobretudo, um patriota'”, acrescentou.

Com cautela, no entanto, o taxista William Garcez se mantém crítico em relação às mudanças anunciadas pelo governo e em execução em Cuba. “Que mudanças? Não vejo mudança alguma. É como se o mundo girasse e aqui estamos sempre parados”, disse ele. “Não percebo vontade das pessoas em buscar mudanças.”
com informações Agência Brasil.

2 Comentários:

Antonio Renato, Professor de Historia disse...

Cuba é vitima de um embargo econômico que dura mais de 50 anos; como todos sabem o embargo/bloqueio impede esse pequeno país, que é uma ilha do caribe, de fazer comércio com outras nações, de vender e comprar produtos de outros povos; ademais, cuba também é vitima de outros tipos de preconceito, de caráter político e social, por conta da desinformação;as pessoas podem se posionar, com relação a cuba da maneira que achar melhor(cada cabeça é um universo), mas aconselho a não ficarmos limitado a só um tipo de informação, principalmente da grande imprensa, quando o assunto é essa ilha do caribe, que fica a 300km dos EUA,que tiveram a ousadia de fazer uma revolução no "quintal da grande e arrogante potência", e que a sustentam até hoje. Na verdade, cuba é um exemplo de altivez,e penso que nós professores devemos está prontos para defendê-la, no campo das ideias, ou isso não faz parte da nossa tarefa? Num outra oportunidade e espaço tratarei desse assunto(sem imparcialidade) com mais detalhes.

rodrigo disse...

antes tarde do q nunca.venceu a senssatez.

Grossos ©Template Blogger Green by Dicas Blogger.

TOPO