“Justiça na Praça” – O lado positivo e o negativo.
Vou falar de dois lados, um lado que toda imprensa mostrou e o outro que – não sei por qual finalidade ou objetivo – não foi mostrado.
A justiça na praça é sim justiça, vem cumprir leis que a própria população não conhecia e que, aos poucos começa a conhecer, como por exemplo o casamento gratuito, com esses novos conhecimentos, acredito que as pessoas antes de se “juntarem” devam querer oficializar essa união com uma certidão.
Documentos gratuitos como CPF, RG, 2° via, enfim, tudo graça, isso se chama cidadania. Buscar uma valorização do próprio povo, pois muitos ainda acham que tirar seus documentos é coisa do outro mundo e a justiça na praça mostra que não tem nada de outro mundo, muito pelo contrário, quando se quer, dentro de uma hora você consegue todos os documentos, e logo deixa de ser anônimo.
Mas há outro lado, não da justiça em si, mas do evento que chamou-se Justiça . . .
Entre um atendimento e outro, casamentos, assinaturas de futuras construções, discursos de "grandes" autoridades, música, arte, show. Até aqui uma maravilha. A imprensa toda com seus olhos focados nesses acontecimentos. Mas esta - a imprensa - não viu o problema ou sentiu.
O problema que me refiro foi para se obter o R.G ou a Identidade. Aqui viu-se de tudo. De tudo que é injustiça e que passou desapersebido pela imprensa de Areia Branca. Pense em uma contradição.
Desistir, chamei várias vezes elas para ir embora, mas alguns estavam compenetrados a pegarem o que vieram buscar, eu respeitei.
- Professor, só vou embora quando conseguir minha identidade!
Respondi-lhe na “bucha”.
- E eu quando você for.
Voltamos a batalha, o sol de rachar, apenas uma arvore para dezenas de pessoas, a briga por espaço era ferina.
Nessas alturas quem ia conseguindo eu os orientava para irem embora, esses pegavam a balsa sem pestanejar.
E assim foi até a menina Claudia, esta ficou, ficou e por fim entrou, esperei, esperei e às 16h: 10min ela finalmente deu o ar da graça e saiu, espremida no meio dos que tomavam a entrada, mas saiu, pode acreditar, sentir um alívio que só Deus viu. Coloquei ela embaixo do braço e disse-lhe:
- Vamos, vamos para casa e por favor, nem olhe pra trás.
Sair de Grossos com destino a Justiça na Praça com dezesseis alunos na balsa dás 7h:30min, alguns conseguiram outros não. O interessante é que logo cedo ao pegar a balsa, falei para o balseiro:
- Estou com 16 alunos de escola pública indo tirar documentos na Justiça na praça para poderem fazer a inscrição no Prointec, dar para cobrar apenas R$ 1,00 por cada?
Ele nem respondeu, apenas sorriu como se desfazendo.
Na volta quando ele me viu, percebir ele zombando de mim com um colega por eu ter feito tal proposta.
É, eu nem precisava ter ido, mas fui.
E você, contribui em quê para melhorar o país?
Bom, mas que fique a dica, na próxima Justiça na Praça, que as milhares de pessoas sintam realmente o gosto nobre da justiça sem precisar sofrer tanto e que - pelo amor de Deus - venha também para Grossos.











Ademais de tudo que você relatou colega, sinceramente, essa tal "justiça na praça" me parece uma ação assistencialista,espécie de refugo, que rigorosamente não muda a imagem que a justiça construiu em nosso país.No geral,é um poder elitista,uma casta,lento e draconiano para as classes trabalhadoras, avesso a soberania popular e seus integrantes se consideram verdadeiros deuses do olimpo; não admitem,sob hipótese nenhuma um controle exterior, com raríssimas exceções, voçê se depara com um magistrado que "desce" ao mundo de nós pobres mortais.
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