O PC do B e sua política de alianças.
Por Antonio Renato.
O quadro partidário nacional e
municipal é farto de siglas partidárias. Tem pra todo gosto. Mas um partido em
particular desperta a atenção dos formadores de opinião pela forma como trata a
questão político-eleitoral. É o PCdoB. Primeiro, o PCdoB não é o tipo do
partido que faz política apenas de quatro em quatro anos.
Na sua história, não
nasceu da insatisfação de uma liderança contrariada. O campo eleitoral é apenas
uma frente de luta desse partido histórico, que há 90 anos faz parte da vida
desse país, dos quais a maior parte sendo alvo de feroz perseguição, gozando,
só agora, de sua maior fase de legalidade. O PCdoB está presente nos
sindicatos, nas associações de moradores, entre os estudantes, defendendo os
interesses desses segmentos e principalmente realizando a difícil tarefa de
organizá-los.
Tudo isso por que não é um partido de circunstâncias, de períodos
eleitorais, de episódios conjunturais, ademais seu combustível é o próprio
. . .
carro da história, representado pela ciência social do marxismo, que é sua
bússola permanente e por causa dela não se perde nas dificuldades e
vicissitudes desses momentos; e não é preciso que ninguém diga isso. Sua
história se confunde com a história recente do Brasil e é a maior prova disso.
Seja nos momentos de mais dura clandestinidade ou como atualmente, sua presença
é recorrente. Contudo, iremos viver mais um processo eleitoral, e a forma como
cada partido se comporta, inclusive o PCdoB é o que interessa ao senso comum.
Se tivéssemos que resumir em
poucas palavras o que norteou a postura eleitoral do PCdoB desde sua volta a
legalidade, na década de oitenta, diria que esta se pautou na necessidade de
unir forças para avançar nas conquistas sociais e políticas do povo; o
desprendimento foi a sua marca. Sempre sacrificou seus interesses enquanto
partido, visando um objetivo maior, de juntar em coligações as forças políticas
que em dada situação se postavam como progressistas e a esquerda em particular.
Assim foi que, contrariando outras forças desse mesmo campo da esquerda, rumou com Tancredo Neves no colégio
eleitoral (1985) derrotando o candidato do regime militar e esteve sempre ao
lado de Lula, até este conseguir a presidência em 2002. E essa postura se
reproduzia, via de regra, nos níveis estaduais e municipais.
Esse comportamento ganhou
reconhecimento (do próprio Lula e de alguns governos estaduais e municipais).
Ao mesmo tempo, e muito por conta da política de alianças, o partido aumentava
sua influencia e participação institucional, ocupando secretarias estaduais e o
ministério dos esportes, administrando cidades, reconquistando, depois de 50
anos sua bancada no senado da republica, seus deputados na câmara federal
ganhavam cada vez mais respeito, chegando inclusive a presidir essa casa e
aumentava suas representações nas assembleias legislativas e câmaras de
vereadores, e nesse último caso, o nosso município conseguiu se inserir nas
últimas eleições municipais.
A eleição do primeiro vereador do PCdoB em
Grossos não foi obra do acaso. Ela foi germinada na década de 80 e teve seu
momento crucial nas eleições de 2004 quando num esforço de compreensão da
realidade que se apresentava naquele momento, em condições de fragilidade do
ponto de vista da sua organização e levando em conta onde se colocavam as
melhores condições para inserção do PCdoB naquele embate eleitoral, o partido
se postou numa coligação que se fez vencedora na eleição majoritária. Mesmo
fracassando em mais uma tentativa de eleger um representante á câmara municipal,
o PCdoB, pelo protagonismo que teve, passou a ocupar a secretária de agricultura,
projetando seu líder histórico, o pequeno produtor rural Carlos Lacerda (o
Cateca), dando visibilidade a sua já conhecida disposição de trabalho, levando-o
a vitória consagradora em 2008, com uma surpreendente votação.
Não é preciso aqui fazer uma
defesa do mandato do PCdoB na nossa câmara. Não se faz necessário que eu aqui
enumere as ações tanto individuais como de caráter coletivo empreendidas pelo
vereador do PCdoB. A diferença é facilmente percebida, até pelos mais
desatentos e desafetos. Basta usar de boa fé para constatar isso. A questão
aqui é ressaltar e defender a justeza da posição e da política de alianças do
partido. O PCdoB, pra irritação de alguns, não é um partido dado a aventuras
políticas. E por ser um partido, trata as coisas nesse nível; é adversário de
primeira hora da personalização da política. É um partido radicalmente
responsável nas suas decisões, embora esteja sujeito a cometer erros. E
certamente os cometeu. Perde seu tempo quem espera encontrar no PCdoB um campo
fértil de projetos pessoais. Sabe que a história não perdoa quem comete erros.
Não é um partido do desejo de alguns, mas sim da atualidade e necessidade de um
projeto muito mais amplo que não se limita a uma eleição municipal, embora
compreenda a relevância estratégica desta. Tem aversão ao isolamento político,
por que sabe que o processo sofre com esse comportamento pernicioso e é isso
que quer a direita, e dessa forma compre seu papel de verdadeira vanguarda,
pois esta não é a aquela entidade incrustada em suas cátredas ou um grande “mestre do pensamento” que “não
se mistura” e se arvora a condição de potestade, acima do bem e do mal.
Nesse instante em que se desenvolvem
as definições das coligações, o PCdoB não foge as suas características e se
propõe a uma nova condição na governança local, a partir do momento que,
legitimamente, postula a composição da chapa majoritária do situacionismo. Nada
mais natural. Tem todas as condições pra isso.
Tem nome com plena capacidade
política e administrativa. Nunca se desvencilhou da administração atual.
Politicamente, sempre fez a defesa das ações governistas, destacando os avanços
nelas contidas. No lugar da “chantagem eleitoreira” com o intuito de tirar
vantagem, fez e fará sempre, uso da crítica positiva, honesta, alertando para
as falhas que certamente existiram.
Como é de sua natureza, coloca-se como um
aliado correto. Outros fatores,
valorizados pelos políticos tradicionais e conservadores da nossa terra, que
inclusive participam da coligação, com certeza lhe faltem. Independente do
desfecho que tomará as discussões em torno dessa questão, o PCdoB não perderá
seu rumo e não fará o jogo do conservadorismo que o quer longe desse processo,
nem tão pouco cairá na condição sempre sedutora e cômoda de um esquerdismo
irresponsável e desorientado, sempre revoltado (não revolucionário), pra quem a
política só serve de holofote, a fim de massagear seu inflado ego.
5 Comentários:
É isso mesmo Renato. Sempre leio suas postagens e comentários e considero-as muito lúcidas e acertadas, mas essa sua análise está perfeita. Nós comunistas à nível local temos todas as condições políticas para indicar o candidato à Vice na chapa majoritária do situacionismo, por todas as condições que você falou, mas gostaria de acrescer algumas, vejamos: a) fomos o único partido que defendeu com veemência a manutenção do acordo que definiu a escolha do candidato à Prefeito do grupo através de pesquisa de opinião, e nesse mesmo acordo ficou acertado que o 1º lugar seria o indicado ao cargo de prefeito e o 2º lugar seria o vice-prefeito; b) entendemos que coligação se faz entre partidos (lógico) e não entre pessoas, e se assim não o fosse não haveria necessidade de colição para concorrer às eleições, mas somente a vontade de pessoas do mesmo partido; c) temos um parlamentar com atuação destacada na Câmara Municipal e que aparece em 1º lugar (depois do Vereador Alexandre e que será o candidato à Prefeito) nas pesquisas quanto as perguntas são: 1- qual o vereador mais atuante na atual gestão e em quem voce votaria hoje para vereador, ou seja, juntaríamos os dois mais atuantes parlamentares na chapa proporcional; d) sempre fomos (e somos) da base do governo municipal, ocupando vários cargos, participando da administração ativamente e na sua defesa na Câmara Municipal; e) estamos articulando com outros partidos do nosso município, para, se acaso o indicado à vice-prefeito for o Vereador Cateca, eles virem fazer parte da aliança, fortalecendo tanto a chapa majoritária, quanto a proporcional, possibilitando a eleição de um número maior de vereadores, para dar uma margem folgada de apoio ao novo governo à ser eleito em 07 de outubro; f) como os pesquisados e que apareceram com percentual maior do que o vereador Cateca, ou desistiram ou não podem ser indicados, o próximo da relação é exatamente nosso parlamentar, e, obviamente, teria que ser o indicado, como ficou acertado no acrodo retro mencionado. Portanto, este são, dentre outros vários argumentos fáticos e de direito, os que entendemos serem pertinentes ao nosso objetivo, qual seja: INDICAR O CANDIDATO À VICE-PREFEITO no pleito vindouro pelo PC do B. MÁRIO JÁCOME, Comunista e Advogado.
Na minha opinião de eleitora o melhor nome de vice para o candidato Alexandre, seria o Laíres Paiva, pois é da zona rural e muito soma, eu no seu lugar Alexandre correria logo atrás enquanto é tempo! Para juntos termos a vitória, com ele temos bem mais chances de derrubar os adversários, Sucessos neste pleito.
cateca nao cai nessa nao, va defender seus eleitores como veriador
Acho que essa pessao que indicou laires, não acompanha as noticias de nossa cidade nem desse blog, pois saberia que o laires foi pego na lei do ficha limpa e como ele e duquinha são ficha suja não poderão desputar a próxima eleição.Vania
Os discursso do PC so B, a forma como vcs veem as coisas, as vezs nos fazem lembrar do antigo PT, gente acorde para a modernidade, vamos procurar sim fazer alianças consolidadas e que venham a somar com a situação, enquanto vcs brigam para forçar o prefeito a indicar esse ou aquele para vice de alexandrer, o João Dehon vem aí crescendo de uma forma assustadora, ele já levou o E milio que até então era contado entre os nossos, Carlinho da padaria, torreiro, em fim até quando vamos ficar assistindo as coisas acontecerem gente?!!Zé de tinteiro
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