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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um dos personagens mais influentes do século XX, João Paulo II

O papa que mudou o mundo
"Santo subito!" (Santo já), gritava a multidão de 400 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante o funeral do papa João Paulo II, em abril de 2005. Esta pressão fará com que "João de Deus"- como é conhecido no Brasil - seja beatificado, hoje, em tempo recorde: seis anos após a sua morte. Normalmente, a Igreja leva cinco anos só para começar todo o processo.

A cerimônia será presidida às 10h (horário local) por Bento XVI, o primeiro pontífice a beatificar o seu antecessor, e assistida por 300 mil pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano. Durante a missa, que poderá ser acompanhada pelo site do Vaticano, os restos mortais do papa serão expostos, assim como uma ampola com o seu sangue. Amanhã, o corpo será enterrado na Capela de São Sebastião, numa cerimônia privada.

Apesar da grande popularidade de João Paulo II, alguns setores da mídia e até mesmo da Igreja Católica criticam a rapidez da beatificação. Mas, segundo o padre Evaristo Marques, doutor em Teologia e diretor do mesmo curso da Faculdade Católica de Fortaleza, a causa não foi privilegiada, e seguiu todas as etapas exigidas. "A única exceção foi que o processo se deu mais rápido, mas porque este era um desejo do povo, que queria que ele fosse canonizado já no dia do seu funeral", afirma. "Bento XVI agilizou a causa, algo que o pontífice pode fazer, mas observando tudo o que pede uma beatificação muito seriamente", acrescentou o padre.

Antes de ser considerado beato, a última etapa antes da canonização, o papa recebeu o título de "Venerável Servo de Deus" e teve um milagre comprovado. Para ser santificado, outro milagre deve ser reconhecido. Segundo o cardeal suíço Georges Cottier, teólogo da casa papal de João Paulo II por 15 anos, a canonização também deve ser em tempo recorde.

O papa também é alvo de julgamentos negativos por suas posições conservadoras. Além disso, ele é acusado de ter sido omisso nos casos de pedofilia, o que padre Evaristo nega. "Na época, as coisas não estavam tão claras, ainda não havia sido feita uma investigação. A maioria das críticas tem origem na falta de conhecimento sobre a Igreja", explica. A despeito das acusações, um dos atos mais memoráveis de João Paulo II foi o pedido de perdão pelos erros da Igreja.

Influência

Com 27 anos de pontificado, "João de Deus" foi o terceiro papa a passar mais tempo no cargo, perdendo apenas para São Pedro (30 d.C. - 67 d. C.) e Pio XII (1846 - 1878). Uma das figuras mais influentes do século XX, ele é apontado como um dos responsáveis pela queda do comunismo no Leste Europeu.

Ele foi o primeiro papa a rezar em uma sinagoga, em Roma, o primeiro a entrar em uma mesquita em um país islâmico, em Damasco, na Síria, e o primeiro a presidir um encontro de líderes das maiores religiões mundiais, em 1986.

Segundo o livro "Why a Saint?" ("Por que um santo?"), do monsenhor polonês Slawomir Oder, o papa se flagelava regularmente para imitar o sofrimento de Cristo e se sentir mais perto de Deus e frequentemente dormia no chão. "Em seu armário, um tipo especial de cinto ficava pendurado num cabide, e ele o usava como açoite", escreveu Oder.

Atentado

Em 1981, o extremista turco Mehmet Ali Agca tentou matar o papa, atirando à queima-roupa na Praça São Pedro. Uma bala entrou no abdômen e outra quase acertou o coração. O papa perdoou Agca ainda no leito do hospital. Os motivos por trás da tentativa de assassinato nunca ficaram claros. Após o atentado, João Paulo II sofreu vários problemas de saúde. Muito debilitado pelo Mal de Parkinson, ele morreu aos 84 anos, no dia 2 de abril de 2005.

OPINIÃO DO ESPECIALISTABento XVI dispensou regra canônica
Pelas regras da Igreja Católica, o processo de beatificação (o primeiro grau antes da canonização) só poderia ser aberto cinco anos depois da morte da pessoa. Essa regra pode ter sido dispensada pelo atual papa pelo fato de que Bento XVI foi seu colaborador mais próximo durante mais de 20 anos, conhecendo-o de perto. Na Igreja dos primeiros séculos, foi sobretudo o martírio o sinal de santidade de uma pessoa. Hoje, trata-se de um processo no âmbito do Direito Canônico, no qual é verificada a vida conforme as virtudes morais em "grau heroico", ou seja, além do comum, e é necessário que a Igreja reconheça o acontecimento de dois milagres (um para a beatificação e outro para a canonização) por intercessão do falecido.

Miguel BeckerProfessor de Teologia

O MILAGRE
Freira teria sido curada de Mal de Parkinson
A freira francesa Marie Simon Pierre, 49 anos, sofria de Mal de Parkinson há quatro anos, quando João Paulo II, que também tinha a doença, morreu. Ela conta que começou a rezar para ele, até que sentiu-se "renascida".

No dia 2 de junho de 2005, a superiora de Marie pediu para ela escrever o nome de João Paulo II em um papel, mas o resultado ficou ilegível. Ela rezou para o papa e foi dormir. Na manhã seguinte, resolveu tentar de novo e conseguiu escrever normalmente. Ela também não sentia mais dores. Em 7 de junho de 2006, a freira parou de tomar medicamentos e o seu neurologista constatou "com grande surpresa que os sinais do Mal de Parkinson desapareceram". O caso foi analisado por uma junta médica, que confirmou a cura inexplicável.
Fonte: Diáro do Nordeste

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