A evangelização sob judice.

Desde muito tempo (“tão logo me intendi de gente”, faz tempo viu!), que como cidadão acompanho as eleições municipais de nossa “Terrinha” e nestas nunca houve – até onde lembro – uma participação tão efetiva de alguns líderes religiosos na política deste ano.

Uma política onde o que prevaleceu foi à mentira, nome de Deus em vão e a falta de propostas de nossos seletos candidatos.

Muitos comícios foram  enormes, alguns chegaram a assustar, porém fora esse monte de gente, ainda teve aqueles que não saíram nessas folias devido à religião que pertenciam, e ficaram apenas – alguns – a espiar pelas rótulas ou nas esquinas de suas casas, aqui me refiro basicamente aos eleitores evangélicos.

Por aqui sempre foi assim e acredito que esta não seja uma particularidade só nossa, apesar de saber que é mais acentuado em cidades de pequeno porte como a nossa. 

Em 2000, 2004 e 2008 foi assim, os eleitores evangélicos e principalmente seus respectivos líderes sempre ficaram de longe, apenas a observar e julgar, um voto aberto, conhecido, porém restrito a sua casa para não criar ciúme ou desentendimento com seu vizinho ou mesmo seu  “irmão”.

Mas nesse ano, uma das maiores, mais antigas e respeitadas ”Igrejas” Evangélica de nossa “Terrinha”, onde até então era sinônimo de exemplo, integridade, respeito, ética e, acima de tudo, fé nas coisas corretas, foi a primeira a se expor tão abertamente e se sujar com a politica de nossa “Terrinha”, que cá pra nós, a deste ano foi acima de tudo, de “Tufões” e “Carminhas”, onde irmãos deixaram de falar com irmãos, homens se desentenderam em seus casamentos, onde nos palanques invés de propostas, nossos políticos falaram mais no outro candidato que em si mesmo e muitos não cansaram de invocar o nome de Deus em vão.

Entre separações, bebidas, empurrões, adultérios, houve ainda político que chegou a declarar que o Espirito Santo estava entre eles, dando evidência clara da blasfêmia. Imaginem o Espirito Santo está no meio de um comício com muita cerveja, batidinha, empurrões, adultérios e tudo mais. Realmente o espirito poderia até está, mas santo eu não acredito que fosse.

O primeiro mau exemplo veio de um desses líderes,  o líder de uma dessas Igrejas que até então era imbatível nas suas doutrinas, onde realizava discursos fortes, sérios e por que não “verdadeiros”, não se conteve a sua casa e publicamente, com frases de efeito, como: “A briga agora é pelo segundo, pois o primeiro nós já somos.” Isso após o comício de umas das “Nações” passar e dito no meio do povo em umas das calçadas.

A frase soaria normal, para um eleitor normal, porém para um líder religioso, a frase soa como provocação, piada, discórdia e por que não, intriga aos próprios “irmãos”.

Não bastando o exemplo de si só, expôs ao restante da família e esta acompanhou carreatas e comícios, confeccionou bandeiras em sua própria casa, reuniões políticas pós-cultos,  chegando até a ser anunciados nos palanques.

Tenho quase certeza que alguém pode indagar: Mas eles não podem escolher seus candidatos não? Sim podem, é constitucional e uma obrigação, mas um líder religioso não cuida de “ovelhas” de uma só cor, no seu rebanho há ovelhas, brancas, pretas e, claro, vermelhas, azuis e verdes.

Como uma “ovelha” “vermelha” poderia receber a mensagem de um líder “verde” e vice versa? Como um líder de uma cor perdoaria os pecados de pecador de outra cor? Normal em cidades grandes que ninguém conhece ninguém, porém aqui nada disso é normal.

Por fim, esse líder mesmo sabendo que esse candidato era Ficha Suja, correu atrás, apoiou e defendeu. Nada contra o líder ou o candidato, afinal quem vai julgar isso é Deus, pois a Bíblia é clara, Deus repudia as coisas sujas.

Nessas eleições, muitas “ovelhas” deixaram de frequentar  algumas Igrejas, a maioria por não concordar com o que estava acontecendo. Entre as próprias “ovelhas”,  devido o desleixo de alguns líderes com suas preciosas “ovelhas”, algumas chegaram ao ponto de se desgarrar e praticar adultérios.

Com tudo que aconteceu nas eleições desse ano, com a participação efetiva de alguns líderes religiosos de diferentes religiões no meio dos comícios caminhando como se fosse a coisa mais normal do mundo, será que é preciso fazer-se uma reflexão sobre o que é ser um líder que trabalha em nome de Deus e de sua Igreja?

Sim, é preciso. É preciso que essas igrejas retomem a postura de grande Igreja e busque um líder exemplar.  Um líder que não seja um mero pastor de “ovelhas” que fique nas esquinas atrás de conversas fiadas indagando a cerca de “nada” ou em supermercados passando horas e horas para comprar um real de pão e se aproveitando das “visões” miscigenadas de quem passa.

Há Igreja que precisa de um líder que antes de visar o bem próprio, vise o bem de sua Igreja, pois é esta Igreja que o mantem, é desta Igreja onde seu líder tira o seu sustento, e até um pouco mais para comprar veículos novos e viver, alguns, uma vida de luxo e boemia. Um líder que não use o “degrau” de mandatário de uma das maiores Igrejas Evangélicas para beneficiar uma cor, invés de beneficiar um “arco-íris”, um líder que não seja nem mais nem menos que um bom exemplo para os outros. Um líder que use o dízimo para a prosperidade da Igreja, não apenas para se promover socialmente.

Um líder que saiba que se ele errar, toda Igreja paga.

É preciso que uma destas Igrejas resgate o patamar de maior Igreja evangélica da nossa “Terrinha”, não em número de irmãos, mas sim, de suas doutrinas e conceitos. Um patamar incomparável até então e enquanto não, quem mais sofre são os “irmãos”. É preciso o resgate incomparável e único da moral desse líder, um líder que não perca tempo com coisa do mundo, com coisas sujas e abomináveis diante dos olhos de Deus.

É preciso que esta Igreja, que devido as ações desse líder hoje se igualou a mais comum das Igrejas, retome a Bíblia como “arma” mais poderosa que há na terra, a palavra do Deus Altíssimo.

É preciso que o “irmão” volte a dizer sem medo de ser feliz, pertenço a essa Igreja por que suas doutrinas são respeitadas e temos um líder exemplar. 

É preciso que esta Igreja retome seus princípios e que seus valores sejam resgatados e jamais invertidos para bem próprio de seus líderes.

É preciso que esta Igreja não seja Igreja da porta para dentro, mas sim por onde seu líder for, até mesmo aqui, na Terezinha Pereira.

Quando eu ouvir da boca de um “irmão” a seguinte frase: Temos um líder, um líder exemplar. Verdadeiramente saberei que esta Igreja está sendo bem representada e com certeza estará no caminho dos Céus e eu deixarei o mundo de pecado e seguirei suas doutrinas.

É preciso mais que palavras, é preciso exemplo, obra e fé.

Não adianta na minha frente você se ajoelhar e falar línguas estranhas. Talvez em vez de lhe seguir eu até se assuste, seja sincero, justo e fiel, não a mim, mas ao Deus que louvas e a sua Igreja. 

Você pode até enganar a mim ou a um irmão, mas nunca enganará a voz do povo, por que dizem que a voz do povo é a voz de Deus.

Este ano não foi só um líder religioso a acompanhar os comícios, foram vários, de religiões diferentes e no culto seguinte estavam lá, profetizando, evangelizando, falando línguas estranhas ou perdoando os outros. Saía da lama para os céus, dos céus para a lama.

É bom que se diga, ser “crente” (todas as religiões) dentro da Igreja (prédio) é fácil, quero ver ser verdadeiramente crente no dia a dia, em qualquer lugar e em qualquer período.

Não sou profeta, mas uma coisa eu tenho convicção, a vinda de Jesus vai ser em um período carnavalesco ou político municipal, aqui saberemos de fato qual “Igreja” verdadeiramente acompanhará o Salvador.

Este ano poucos líderes ficaram só olhando, muitos acompanharam os comícios e se acompanharam os comícios, acompanharam a prostituição, a bebedeira, as drogas, as malícias, os avarentos, as profanações, os desentendimentos, as mentiras, os “Tufões”, as “Carminhas” e tudo, tudo que se vê olhando de longe.

Amém e até as próximas eleições, ops, teste, pois neste, muitos líderes não passaram.