Dia a após dia, sol a sol.
Quantos de nós tem essa capacidade, essa força que pra esses
homens é pura normalidade?
Trabalhar sob uma sombra é fácil, quero ver aqui, sob um sol
escaldante de todos os lados.
Até mesmo de baixo pra cima levam sol, pois através do
cristal marinho, o sol reflete e atingi os olhos que a cada dia que passa, sem
eles notarem, diminui um pouco o alcance, é indispensável um óculos escuro, sem
esse equipamento é o mesmo que pedir pra ficar cego.
Com o tempo a pele fica enrugada, envelhecimento precoce, músculos
cansados, corpo doído, mãos calejadas e o tempo não para.
Quantos de nós tem essa capacidade? Depois de um tempo,
esses homens mesmo com todos esses efeitos sobre o corpo, ainda trabalham, trabalham
e trabalham.
Quando o inverno chega a labuta do sal para, mas eles não,
de salineiros se transformam em pescadores.
Aqui não é diferente, apesar de ser um pouco mais
refrescante devido à brisa do mar, porém justamente devido essa brisa, que é
mais uma espécie de camuflagem do tempo aguerrido, seus efeitos são mais
devastadores.
A pele queima, os olhos choram, os lábios racham e o tempo não
para.
Os salineiros pescadores com suas jangadas buscam dia a dia
pela presa sem cansaço, sem moleza e sem temor. Aqui não há espaço para
lamentações, mas sim para atenção, pois estão lidando com a maior força da
terra, a força do mar, uma força indomável. Nesta labuta os jovens aprendem com
os mais experientes.
Jogam suas grandes redes, suas esperanças no grande mar. Em
dia bom conseguem o pão, em dia de pouca benção param e se preparam para o dia
seguinte.
Passado o inverno começa a labuta do sal e o tempo não para.
Ainda é assim a vida de alguns salineiros pescadores da
nossa “Terrinha”.
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