Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro, diz Cid - Govenador do CE.

No final do mês passado, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), mandou um recado para os professores da rede estadual de ensino - desse estado - em greve há, aproximadamente, um mês e que reivindicam aumento salarial. Para o governador, quem desenvolve atividade pública deve colocar o amor pelo que faz na frente do retorno financeiro. “Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro”, disse o governador. 

Segundo a mídia cearense, a afirmação já havia sido atribuída a Cid Gomes por professores que participaram de uma negociação pelo fim da greve. Há uma semana o governador teria dito. “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado".

Quando se é governador trabalhar por amor é fácil de mais. Afinal nessa posição tudo que faz é por ordem.

Faça isso, faça assim, pague isso, pague assim, traga pra assinar, leve pra assinar, deixe aqui, leve daqui, coloque aqui, coloque lá, vá, venha, suba, desça, fique, suma, sim, não.

É, realmente trabalhar por amor nessas condições deve ser muito bom.

Mas será que se um deputado, um prefeito, um senador, um governador ganhasse, aproximadamente, R$ 2 mil o amor seria tão aparente como é?

Se não tivesse esse monte de regalias, de adicionais financeiros, o amor seria tão esplendoroso como aparenta?

Bom, até que se prove o contrário eu duvido.

De fato todos os profissionais (funcionários públicos), com raras exceções, trabalham por amor, entretanto quantos profissionais (graduados) trabalham por amor e ganham o que o professor ganha?

Amamos nossa profissão, lecionar é bom, é revigorante ouvir de um aluno (a) que aprendeu algo bom com você, é revigorante saber que contribuiu, que ajudou. Porem é triste ter feito tudo isso e no fim do mês ser discriminado diante de todas as profissões.

Todo amor se não for correspondido, transforma em amargura, em tédio, em tristeza e desengano.

Um amor mal correspondido, cria um vazio bem preenchido.