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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

História das Eleições

Epíteto
Quando Grossos deixou de ser dependente de Areia Branca em 1953, foi nomeado para cá, o primeiro prefeito da cidade, o senhor José Marcelino Ferreira, onde exerceu esse mandato por seis meses e por mais seis meses, o senhor Alfredo Avelino da Trindade. Nesse período, Grossos se preparou para sua primeira eleição, onde o voto era no sistema de chapas, ou seja, no papel, em que você pegava a chapa, ia para um local reservado, escrevia o nome do candidato ou o seu número, dobrava a chapinha e colocava na urna. A primeira campanha eleitoral que Grossos viveu foi entre João Rebouças e Miguel Erasmo. Foi nesta campanha que se iniciou também uma casualidade interessante, pelo fato dos candidatos serem tão aristocráticos, ganharam logo apelidos, onde dai por diante iria se repetir e marcar várias outras campanhas, esta, por exemplo, ficou conhecida como a luta entre o pescador e o poeta. No final da campanha o pescador fisgou o poeta, portanto, João Rebouças, também muito conhecido por Joãozinho, o pescador, foi o primeiro prefeito de Grossos a ser eleito pelo povo, onde governou de 54 a 59. A segunda campanha ficou marcada como a eleição das aves, aconteceu entre Raimundo Pereira e José Marcelino, ou seja, o carcará contra a avoante (popularmente chamada de avoeta), nesta, o carcará capturou a avoeta, isto é, Raimundo Pereira sagrou-se prefeito, esta foi à primeira eleição do então eleito pelo povo, Raimundo Pereira, que governou de 1960 a 1965.
A terceira eleição ocorreu entre José Maurício e José Solon, como o primeiro era de Grossos e o segundo de Areia Branca, esta campanha ficou conhecida pela luta entre o filho da terra e o forasteiro, ao término da campanha, o povo escolheu, claro, o filho da terra como seu governante, José Maurício foi eleito prefeito de Grossos, mas governou apenas dois anos e meio, ou seja de 1966 a meados de 69. José Maurício perdeu seu mandato por motivos políticos e quem assumiu foi o vereador presidente da Câmara o senhor Luciano Costa Josino, este atuou como prefeito cerca de dois meses, tempo que levou para que o governo estadual nomear-se um interventor para Grossos, que foi o senhor Cel. Luiz Gonzaga César de Paiva, este governou o município o resto do mandato.
A quarta eleição foi entre José Fausto e Chico Pereira, José Fausto tinha uma farmácia que ficava em frente a onde é hoje o Marco Zero e seu Chico Pereira, uma padaria, que ficava ali nas proximidades de Zé de Bido, onde também tinha um grande tamarindeiro em frente, hoje esta árvore não existe mais. A campanha entre estes dois ficou conhecida como a disputa entre o remédio contra o pão. No final o remédio curou o pão, ou seja, José Fausto foi o vencedor dessa eleição, portanto foi prefeito de 1970 a 1972. José Fausto governou Grossos somente durante três anos, não por motivo de cassação, mas sim, devido às eleições gerais. A quinta foi entre Antonio Amâncio e Raimundo Pereira, o primeiro conseguiu a água para Grossos e o segundo tinha as salinas, então, os eleitores apelidaram essa campanha como a batalha da natureza, ou seja, entre a água e o sal. No final da campanha o sal não resistiu, foi dissolvido pela água, ou seja, Antonio Amâncio foi eleito o prefeito dessa época, este governou Grossos de 1973 a 1976.
A sexta eleição, mais uma vez Raimundo pereira se candidata, dessa vez contra Caxica, esta campanha ficou conhecida como a briga do gato contra o rato, o interessante dessa campanha é que os apelidos foram levados tão a sério, que os candidatos davam a seus eleitores, um broxe com formato do gato ou do rato respectivamente. No fim, o gato deu uma unhada e capturou o rato, Raimundo sagrou-se vencedor e governou o município mais uma vez durante seis anos, de 1977 a 1982, esta seria a última eleição ganha por Raimundo Pereira.
Na sétima eleição, o que mais havia de interessante era que a disputa era entre dois partidos e quatro candidatos. Do lado da antiga Arena estavam os candidatos Antonio Railton e o doutor Nedilson, no lado do PMDB estavam Zé Ferreira, pai do radialista Carlo Ferreira e o saudoso Antonio Hemetério - ambos já deixaram este plano - a candidatura desses dois quase não se falava, talvez seja por isso que pouca gente se lembra destes candidatos, a disputa então ficou mesmo entre os dois primeiros candidatos. O primeiro tinha estudado no Diocesano e o segundo tinha uma barba muito grande, logo o povo apelidou esta campanha como a luta do padre contra o bode, no fim o padre catequizou o bode, isto é, Antonio Railton foi o eleito, que também governou Grossos durante seis anos, de 1983 a 1988. Na oitava eleição, houve uma diminuição de candidatos, foram três; Francisco das Chagas (Duquinha), Raimundo Pereira e Vertinho. Pelo fato de Duquinha ser filho de Raimundo Pereira, o povo apelidou esta campanha como o pinto e o galo respectivamente para os dois primeiros e para Vertinho, como ele era galego e havia uma música de forró de sucesso da época com o titulo de “galeguinho dos olhos a azuis”, não deu outra, o chamaram então, de galeguinho dos olhos azuis. Ao contrario dos outros apelidos, este era o que mais caia bem, pois Vertinho era, alias, é galego e de olhos azuis. O pinto usou seus esporões no galo, deu uma bicada no galeguinho e sagrou-se prefeito pela primeira vez, onde governou Grossos no período de 1989 a 1992.
Na nona eleição, tivemos a disputa mais uma vez entre três candidatos, Antonio Railton, João Dehon e Evilanildes, é importante lembrar aqui, que Evilanildes foi à primeira mulher a ser candidata a prefeita na história de Grossos, para os candidatos não deram apelidos, porém para a candidata, seus eleitores a chamaram de a rosa. Antonio Railton foi o vencedor e governou Grossos de 1993 a 1996. Na décima eleição, só houve dois candidatos, Duquinha e Emílio, aqui voltaram os apelidos, pelo fato de Duquinha e Emílio serem filhos de Raimundo Pereira, ou seja, irmãos, logo o povo apelidou essa eleição como o pinto contra o frango. Apesar de Duquinha ser apenas um pinto, não tomou conhecimento do frango, pois já tinha derrotado um galo e derrotar um frango seria ainda mais fácil, então, com uma pirueta estratégica, usou mais uma vez seus esporões, agora no frango, botando o mesmo pra correr e mais uma vez consagrando-se vencedor, governando Grossos de 1997 a 2000.
Na décima primeira eleição, o número de candidatos aumentou, agora foram quatro, João Dehon, Dehon Caenga, Caxica e Enilson. Nessa campanha os apelidos eram os vermelhos, amarelinhos e o bacurau respectivamente para os três primeiros, quanto a Enilson, alguns o chamavam de o empresário, era mais uma qualidade do que mesmo um apelido, mas no fim serviu como apelido. Apoiado pelos esporões do pinto, João Dehon, ou seja, os vermelhinhos terminaram como vitoriosos nessa campanha, governando nosso município de 2001 a 2004. Não custa lembrar que nesta gestão, outro prefeito também deixou seu nome, o vice de João, Valmir Firmino, devido a uma viagem do então prefeito a Alemanha, Valmir assumiu a prefeitura durante 15 dias, isto é, do 11/10 a 26/10/2001.
A décima segunda eleição, foi apenas entre dois candidatos, nesta, assim como nas demais, tinha algo especial, aqui, o curioso era que todos que acompanhavam essa eleição já sabiam que de um jeito ou de outro, João Dehon seria o prefeito, precisava-se apenas saber qual, pois de um lado, João Dehon da Silva (os vermelhinhos) e do outro, João Dehon Neto da Costa (os amarelinhos), esta campanha foi uma das mais acirrada da história de Grossos e no final, sagrou-se vencedor os amarelinhos, isto é, João Dehon Neto, mais conhecido por Dehon Caenga, este ganhou com aproximadamente 30 votos de maioria.
Passados quase seis meses depois de Dehon Caenga tomar posse, após retornar a noite de uma viagem a Natal, policiais que faziam blitz na estrada, confundiram seu veículo com um dos carros de possíveis ladrões de automóvel que afirmavam estarem à procura e dispararam vários e vários tiros, não dando um segundo se quer de defesa ao então prefeito, o que terminou com sua trágica morde alem do seu motorista. Portanto Dehon Caenga governou nosso município durante, aproximadamente, seis meses, de 01/01/2005 a 23/06/2005. Seu vice, Veronildes Caetano, assumiu de 24/06/2005 e foi o gestor até 31/12/2008.
A décima terceira eleição, ou seja, a ultima, Foi entre Veronilde Caetano e João Dehon da Silva, nesta os apelidos eram os vermelhinhos e azulzinhos, essa campanha também foi muito acirrada, onde a vitoria do primeiro – Veronilde – foi de 132 votos de maioria.
Portanto Veronilde Caetano é o atual prefeito.


Prof. Ronaldo Josino

6 Comentários:

PROINFO GROSSOS/RN disse...

muito engraçada a história das eleições de Grossos. isso daria um livro.

Marta (Shember) disse...

Parabéns, você tem se tornado um grande historiador. Bom saber que esta área da matemática vai muito além do raciocínio lógico.
Esta história das eleições de Grossos precisa ser publicada para que todos tomem conhecimento desse fatos tão cômicos, mas reais.
Muito bom saber que temos pessoas iguais a você que sabem fazer dos fatos tão sérios uma história tão legal de ver, contribuindo assim para um aprendizado dinâmico e motivador.
Valeu!

Anônimo disse...

Obrigado a todos pelos comentários, são estes que nos impulsina a está sempre nos atualizando.

Professor Ronaldo Josino disse...

Obrigado a todos pelos comentários, são estes que nos impulsina a está sempre nos atualizando.

Anônimo disse...

Essa história das eleições da só não da pra fazer um filme porque só tem ( ARTISTA com cara de santo )mais o povo de Grossos estão civilizados

Anônimo disse...

São histórias muito interessantes,da trajetória política de grossos,entra prefeito e sai prefeito mas grossos continua o mesmo,parece a letra de uma música(são farinha de um saco só)

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